sábado, dezembro 09, 2006

 

sábado, dezembro 02, 2006

 
ATElier amarELO

segunda-feira, novembro 20, 2006

 
Amarelos da segunda turma, agora temos a senha!

segunda-feira, março 06, 2006

 

O convite oficial da Secretaria de Estado da Cultura utilizou em uma das imagens uma foto de trabalho de Chico Coelho, produzido no Atelier Amarelo.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

 
Um artista "genial". E ele nem existia

Lira Neto

ESPECIAL PARA O ESTADO

Seria um acontecimento. O japonês Souzousareta Geijutsuka, anunciado pela imprensa cearense como um dos principais nomes da arte contemporânea universal, era ansiosamente esperado semana passada em Fortaleza, para abrir a exposição Geijitsu Kakuu. Convidado especial da curadoria do Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Geijutsuka mostraria ao público cearense por que seu trabalho é aclamado em todo o planeta como uma obra revolucionária que, segundo o material de divulgação de sua eficiente assessoria de imprensa, incorpora "novos conceitos à arte", como os de "operação em tempo real, simultaneidade, supressão do espaço e imaterialidade". Os jornais locais deram amplos espaços para a divulgação da exposição. Um deles chegou a publicar, no dia marcado para a abertura do evento, uma entrevista de página inteira com Geijutsuka. Tudo perfeito, não fosse um detalhe: Souzousareta Geijutsuka não existe.

A idéia de inventar o tal japonês que - segundo informava um jornal de Fortaleza - "conquistou fama mundo afora por unir arte, ciência e tecnologia" partiu de um jovem artista de 23 anos, Yuri Firmeza, paulistano radicado na capital cearense desde a infância. "A intenção foi mostrar como a arte hoje em dia encontra-se subordinada a exigências e manipulações mercadológicas e a modelos construídos e legitimados pela mídia, pelas galerias e pelos museus", explica Firmeza. Para tornar sua história mais verossímil, ele conseguiu convencer especialistas a escreverem textos críticos sobre a obra do fictício Geijutsuka, incluindo aí o próprio diretor técnico do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC), Ricardo Resende, 43 anos, ex-curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). "Vivemos uma era em que muitas outras forças, além daquelas que o artista naturalmente dispõe para criar, regem o sistema da arte", já denunciava também Resende, de forma velada, no texto de apresentação da "exposição".

Tudo foi planejado nos mínimos detalhes. A namorada de Yuri Firmeza se fez passar por assessora de imprensa e abasteceu os jornais locais com imagens de algumas das "obras" de Geijutsuka. Entre elas, uma série de fotos prosaicas de um gato, que foram publicadas na imprensa local como sendo cenas de um "videoarte" do "genial japonês". "Era apenas um gatinho que vi na rua, num bairro aqui em Fortaleza, e fotografei com minha máquina digital doméstica", revela Firmeza. Uma fotografia de uma ensolarada praia cearense, distorcida em um editor de imagens para parecer uma figura abstrata, foi estampada também pela imprensa local como um "infográfico" de Geijutsuka. Na legenda da ilustração, uma frase pinçada da longa "entrevista" que ele havia concedido, por e-mail, ao jornal: "Os historiadores da arte são iguais ao público: têm dificuldades de reagir ao que não entendem".

Yuri deixou algumas pistas propositais, que não foram decodificadas pelos jornalistas. Em japonês, Souzousareta Geijutsuka significa exatamente "artista inventado". E o nome da exposição, Geijitsu Kakuu, pode ser traduzido como "arte e ficção". No material de divulgação repassado à imprensa, dizia-se ainda que o suposto artista havia criado a fotografia "Shiitake", nome do cogumelo que pode ser encontrado em qualquer restaurante japonês, mas que foi definida por sua "assessoria de imprensa" como uma "técnica que permite a captação dos fenômenos invisíveis ocorridos na atmosfera".

No dia da abertura da anunciada exposição, em vez das obras revolucionárias de Souzousareta Geijutsuka, o público deparou-se apenas com uma série de e-mails pregados na parede da sala reservada ao evento pelo museu. Nas mensagens, Yuri Firmeza e um amigo trocavam idéias sobre arte contemporânea e discutiam animadamente a obra de autores como Gilles Deleuze, Antonin Artaud e Pierre Bordieu. Dessa troca de e-mails é que surgira a idéia de criar um artista imaginário. "O que me interessa é interrogar sobre a qualidade do que compõe todo esse sistema de legitimação estética: críticos, jornais, artistas, curadores, galerias, museus e o próprio público", escreveu Firmeza em uma dos e-mails ao amigo. "Não sei como será a receptividade em relação ao Geijutsuka, mas acredito que suscitará saudáveis desconfortos", previa.

Dito e feito. Revelado o simulacro, a reação da imprensa cearense foi violenta. Yuri Firmeza foi chamado de "moleque" pelos jornais e foi alvo de editoriais indignados. Sobraram farpas também para a direção do MAC por ter "compactuado com a farsa". "Em vez de irritar-se, a imprensa está perdendo uma ótima oportunidade para refletir sobre as provocações que Yuri Firmeza fez a todos nós", avalia o diretor técnico do museu. "Não se tratou de uma ferroada à mídia local, o mesmo poderia ter ocorrido em qualquer lugar do país. No Brasil, somos deslumbrados pelo que vem de fora e pelo que nos é apresentado como algo novo e revolucionário, é nisso que todo esse episódio nos obriga igualmente a refletir", analisa Resende.

"Bastaria fazer uma rápida pesquisa no Google para que os jornalistas descobrissem que não havia, na internet, nenhuma menção ao tal Geijutsuka, apresentado como um artista famoso, com exposições consagradoras em Tóquio, Nova York, São Paulo e Berlim", diz Yuri Firmeza. "Mas eu não quis provocar apenas a imprensa, isso seria reduzir o alcance da denúncia; a provocação foi extensiva a todo o circuito das artes em geral", insiste ele, que mantém uma página pessoal na internet (http://yurifirmeza.multiply.com/) onde registra suas principais performances - ou suas "orgias multipoéticas", como prefere definir. Não se estranhe nada do que for visto ali. Afinal, na pele de Souzousareta Geijutsuka, na "entrevista" à imprensa de Fortaleza, ele já advertira: "Tudo está integrado a um exercício do simulacro, cujo objetivo é retirar os hábitos de seu estado de evidência". Seja lá o que isso possa vir a significar.

sábado, janeiro 14, 2006

 
FOLHA DE SÃO PAULO
São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

ARTE PÚBLICA
Artista trabalha em "Etnias", painel de 30 m que liga o metrô Barra Funda ao Memorial da América LatinaMaria Bonomi aposta em temática indígena

GABRIELA LONGMANDA REPORTAGEM LOCAL

Depois de encerrada a "Epopéia Paulista" -painel de 70 metros para a Estação da Luz-, eis que Maria Bonomi e sua equipe se vêem novamente imersos em um projeto público de grandes dimensões.Em fase inicial de produção e com inauguração prevista para abril deste ano, a obra "Etnias" ocupará o corredor subterrâneo de interligação entre a estação Barra Funda de metrô e o Memorial da América Latina, percorrendo temas e motivos indígenas ao longo de seus 30 metros de extensão.Inteiramente trabalhado em relevo, o painel/passagem será dividido em três materiais: cerâmica, bronze e alumínio, permitindo que os passantes/espectadores caminhem em meio às estruturas."Quero ir do barro, da arqueologia, até chegar ao alumínio, que remete ao contemporâneo", explica Bonomi.Aprovado pelo Ministério da Cultura e orçado em R$ 1,72 milhão, o projeto ainda se encontra em fase de captação, mas a obra já está em andamento.
Desde o início da semana, Bonomi e sua equipe -seis artistas e assistentes- transportaram enormes placas de argila para o subsolo da galeria Marta Traba, no próprio Memorial, transformado em ateliê de trabalho."Queremos integrar os painéis a essa parte histórica da cidade, a essa América Latina em construção", diz Bonomi. "Fiquei muito contente em ver que a obra teve total apoio por parte de [Oscar] Niemeyer."A obra será a segunda da artista no projeto do arquiteto. Seu mural "Futura Memória" ocupa o Pavilhão dos Congressistas desde a inauguração do edifício, há 16 anos. "Vinha aqui trabalhar, ainda durante a construção. Os operários me chamavam de "Maria Bom Nome'", relembra.
Quanto ao corredor de interligação com o metrô, este permaneceu fechado nos últimos dez anos; foi reaberto no final do ano passado. Segundo a artista, é animadora a idéia de colocar a obra num lugar de travessia, de grande fluxo humano.TombamentoCroquis e motivos indígenas de toda a espécie enchem as paredes do novo ateliê. O desenho dos painéis prevê trechos dedicados às cestarias, à plumagem e a mapas do Brasil. No setor feito em cerâmica, desenhos privilegiam a pré-história brasileira.Há pelo menos cinco anos, a equipe vem estudando a temática, por meio de leituras e pesquisa iconográfica. "Estamos aqui fabricando o nosso passado e o nosso futuro. Como o Memorial é todo tombado, acho que posso dizer que estamos nos tombando", ironiza.Durante o trabalho, o som alterna blues com cantos nativos das tribos brasileiras. "Tá baixo, aumenta o som", grita Maria, enquanto dois de seus assistentes se alternam no trabalho no torno.O trabalho em equipe vem marcando a trajetória artística de Bonomi. Além de "Epopéia Paulista", a artista coordenou, no ano passado, o Ateliê Amarelo, onde nove jovens artistas selecionados se reuniram em um casarão da Cracolândia ao longo de 2005.

"Encerrado este primeiro ano, julgo que 80% dos artistas saíram de lá mais qualificados. Muitos receberam boas propostas de galerias e convites para expor" (?), afirma Bonomi.

Para o edital 2006, já em andamento, a idéia é favorecer os jovens do interior. Dos nove a serem selecionados, cinco serão necessariamente de fora da capital.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

 
FAKE

Vamos dormir um dia no Amarelo, Maria?

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